“Portugal é líder europeu na transição energética verde e o trabalho desenvolvido pelo Governo nesta área é um bom exemplo para os outros países europeus”. Foi desta forma que Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia, classificou as mais recentes políticas energéticas e ambientais do país.
Num evento online, que contou com a participação do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, a Agência Internacional de Energia (AIE) analisou os diferentes aspetos da política ambiental portuguesa, apontando os principais aspetos positivos — país pioneiro a anunciar metas de neutralidade carbónica, aposta na produção de hidrogénio verde e no solar fotovoltaico, elevado nível de eletrificação e de produção a partir de fontes renováveis, fim das centrais a carvão em 2021 –-, mas também os aspetos negativos.
Nesta categoria, a AIE identifica a ainda elevada dependência de Portugal dos combustíveis fósseis importados, o aumento das emissões poluentes na última década, o peso excessivo das taxas e impostos no preço da eletricidade para os consumidores domésticos e empresariais, a necessidade urgente de descarbonizar o setor dos transportes, a pobreza energética da população e a baixa eficiência energética dos edifícios no país.
“Portugal continua dependente de combustíveis fósseis importados, que representaram 76% do consumo primário fornecimento de energia em 2019 (43% petróleo, 24% gás natural e 6% carvão). Todo o petróleo, gás natural e carvão consumidos no país são importados. Como resultado do aumento da atividade económica e da elevada presença de combustíveis fósseis no fornecimento de energia, as emissões de gases com efeito de estufa em Portugal aumentaram 13% entre 2014 e 2018?, concluiu a AIE no relatório “Portugal 2021 – Energy Policy Review”.
Numa nota mais positiva, a Agência diz que o PRR apresentado por Portugal a Bruxelas, solicitando 13,9 mil milhões de euros em subsídios e 2,7 mil milhões em empréstimos, “dedica financiamento notável ao setor de energia, com financiamento para mobilidade sustentável, eficiência energética, energias renováveis, descarbonização e bioeconomia”.
“O plano inclui 610 milhões de euros para eficiência energética e energias renováveis em edifícios e 185 euros milhões para apoiar 264 megawatts (MW) de produção de gás renovável (hidrogénio e biometano). A UE estimou que o plano de recuperação e resiliência de Portugal deve resultar numa forte recuperação da pandemia, com o PIB a aumentar 4,1% em 2021 e 4,3% em 2022?, analisa a AIE.
Perante os prós e contras das políticas energéticas de Portugal, a Agência Internacional de Energia deixou ainda no documento sete recomendações principais ao governo de Portugal:
Fonte: ECO Sapo