EDP vê “boas oportunidades” para investir em Portugal, apesar dos prejuízos

06/03/2023 | Associadas

Miguel Stilwell de Andrade diz que “a EDP continua a ver boas oportunidades em Portugal”, quer nas redes de distribuição, quer nas energias renováveis. Conheça os investimentos previstos pela empresa.

EDP registou um prejuízo de 257 milhões de euros em Portugal no ano passado, mas a empresa do setor da energia reafirma o compromisso com o país, onde diz ver “boas oportunidades”.

Na hora de prestar contas aos investidores, o líder da EDP reconhece que o lucro da empresa continua “a ser fortemente penalizado pelo fraco desempenho de Portugal”. Em 2022 sofreu sobretudo com o impacto negativo da seca extrema, que gerou um desvio de 3,5 TWh na produção hídrica Ibérica face ao expectável.

Ainda assim, no dia seguinte à divulgação dos resultados, a propósito da apresentação do plano estratégico 2023-2026, o CEO da elétrica, Miguel Stilwell de Andrade, afirmou que “a EDP continua a ver boas oportunidades em Portugal”, quer nas redes de distribuição quer nas renováveis, em particular no que diz respeito ao solar e à hibridização (aproveitar o mesmo ponto de ligação à rede para ligar diferentes tipos de tecnologias renováveis que se complementam).

“Vamos continuar a investir em Portugal, reforçando o nosso impacto nos próximos anos”, lê-se na apresentação aos investidores. A empresa espera investir mais de 3 mil milhões de euros no país até 2026. E das 2.000 contratações previstas até 2026, cerca de um terço deverá ter lugar em Portugal. Em 2022, 13% do investimento (CAPEX) da EDP teve como destino Portugal, ainda assim abaixo dos 16% que couberam ao Brasil e dos 41% que “voaram” para a América do Norte.

O negócio das redes de distribuição em Portugal vai captar 1,5 mil milhões de euros em investimento bruto entre 2023 e 2026 — seguido mais de perto pelo Brasil (1,1 mil milhões) e longe dos 600 milhões que caberão a Espanha. A base regulada de ativos de distribuição contava, em 2022, um total de 5,9 mil milhões de euros, sendo que a grande fatia (49%) se encontrava em Portugal. Em 2026, a elétrica estima que Portugal se mantenha dominante mas com uma percentagem menor, de 46%, sobre um total de 6,6 mil milhões. Segue-se Espanha, na ordem dos 30% em ambos os anos, e o Brasil, cuja fatia sobe de 19% para 24% neste período.

“Temos um compromisso histórico com Portugal, contribuindo para a sua descarbonização”, destacou a EDP na mesma apresentação. Nos últimos 20 anos, a empresa instalou por cá 6 gigawatts de energias limpas, investiu cerca de 15 mil milhões de euros no país, criou 7250 empregos diretos e indiretos e fornece energia a cerca de 7 milhões de portugueses.

De momento, a EDP conta em Portugal dois projetos de hidrogénio verde, a serem desenvolvidos em Sines e no Ribatejo, e tem identificadas oportunidades de instalar sistemas de bombagem em barragens como a do Alto do Lindoso. Além disso, destaca a rede de 2.000 postos de carregamento elétrico, o primeiro parque solar flutuante, que inaugurou no Alqueva (Alentejo), e a estreia no eólico offshore feita em águas portuguesas.

Fonte: Eco Capitalverde

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