O gás natural foi um dos maiores, senão mesmo, o maior projeto industrial montado em Portugal a partir das empresas. «Foram as empresas que tiveram que assumir todos os riscos», afirmou Pedro Carmona Ricardo, Presidente da AGN, Associação Portuguesa das Empresas de Gás Natural.
A AGN assinalou a 30 de novembro no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, os 20 anos do Gás Natural em Portugal, num Encontro que reuniu as empresas deste sector da vida ecoómica, membros da Associação das Empresas de Gás Natural (AGN), com vista à análise, reflexão e discussão dos problemas que afectam o sector e perpectivas de futuro.
20 anos de Gás Natural em Portugal, «obrigam» a um percurso de revisitação histórica do seu enquadramento, feita por Nuno Ribeiro da Silva, Presidente da Endesa Portugal, que lembrou o esforço de conjugação de vontades, político, económico, jurídico e social na implementação de gás natural num trajecto que abrangeu a industria ao consumidor final. «Foi preciso fazer tudo, mais de 18 diplomas legais de enquadramento num tempo record» disse este antigo Secretário de Estado da Industria do Governo de Cavaco e Silva.
Foi, ainda, sublinhado o sucesso deste ambicioso projecto, feito dentro do prazo e abaixo do custo previsto.
Luís Valadares Tavares, Professor do IST e Provedor do Cliente da EDP, fez a intervenção mais desafiadora do encontro, suscitando a reflexão sobre o modo como as empresas se organizam perguntando-lhes, se «estão dispostos a tornar as vossas empresas menos complexas?» ou, ainda, «querem efectivamente aproximar-se dos vossos clientes? Criem organizações mais simples, onde o digital deverá ser a ferramenta essencial», acrescentando, «complexizar as enpresas é caríssmo, invistam nas tecnologias e preparem-se para responder à crescente diversidade e mobilidade do mercado».
Os maiores problemas da industria do gás natural são dois concordaram os representantes das empresas produtoras e distribuidoras. Por um lado, a acentuada quebra do consumo do gás relativamente à electricidade que ganha cada vez mais quota de mercado. Por outro, o preço, o custo final, sendo essencial «a transparência do preço» disse, em síntese, João Conceição, da REN.
Jorge Portugal, Director-Geral da COTEC, fechou o encontro anual da AGN, alertando os participantes para aquilo que muitos consideram poder ser a «grande tragédia» do impacto ciber fisíco na vida económica, obrigando, nomeadamente, as empresas a tornarem-se rapidamente menos rigidas, mais flexiveis, tornando-se, tecnologicamente, mais e mais integradas.